Domingo, Dia dos Pais. Jogo
marcado pras 11 horas da manhã. A torcida foi convocada. Era a hora da virada.
Acordei cedo, vesti minha camisa
e fui ao Maracanã.
Logo no caminho já deu pra sentir o clima: Trem lotado de torcedores cantando e batucando. Animados com um jogo que não valia liderança, não valia vaga na libertadores. Valia 3 pontos e a manutenção na zona de rebaixamento.
Eu, como muitos, vi esse jogo
como a chance do time demonstrar sua força e honrar sua tradição, afinal, o
Vasco é o time da virada. Somos um time grande, temos uma história. Temos uma
torcida apaixonada que lotou o maracanã num domingo de manhã, em pleno dia dos
pais. O ingresso não estava barato, facilidade de acesso ao estádio não existiu,
mas nos fizemos presentes. Mais de 40 mil torcedores se uniram pra incentivar
um time..O nosso time. O Vasco.
Acontece que apesar dos milhares
na arquibancada, só 11 entram em campo. Onze jogadores que são pagos pra
representar um clube. Onze jogadores que são pagos pra jogar futebol e deveriam
mostrar o mínimo de empenho e respeito pela camisa que vestem. Onze jogadores
que não sabem princípios básicos do futebol. Tenho dúvidas se sabem o que estão
fazendo em campo.
Vi jogadores perdidos em campo,
rifando a bola como se ela fosse explodir a qualquer momento - Toma! Agora ela
tá com você. Praticamente um jogo de “batata quente”. O adversário agradeceu.
Agradeceu também por duas chances de gols contra. Eu não entendo a capacidade
que o Vasco tem em dar bons passes pro adversário e deixa-los na cara do gol. Não
é por acaso que temos a pior defesa do Campeonato. E o pior ataque também.
Eu já vi o Vasco passar por
várias crises, dentre elas 2 rebaixamentos, mas também vi tempos de gloria. Vi o Vasco ser campeão carioca, campeão
brasileiro, campeão da Libertadores e disputar um Mundial. Vi o Vasco virar, de
forma inacreditável e emocionante a final de Copa Mercosul em 2000. Ser campeão
da Copa do Brasil e disputar ponto a ponto um campeonato brasileiro. Vi Odvan,
Mauro Galvão, Carlos Germano,Valdir, Euller, Felipe, Pedrinho e Juninho’s.Vi o
Vasco ser grande. Vi o Vasco ser Vasco.
Hoje temos um grupo de jogadores
que ousam vestir o manto e usar a cruz de malta no peito. Jogadores que
individualmente até podem ter alguma qualidade, mas que em grupo não formam um
time. Atacantes que sequer sabem pra onde devem chutar, zagueiros que não passam
qualquer tipo de segurança e um meio de campo que não sabe tocar a bola. E vai
tocar pra quem? Pro atacante que não consegue correr?
E a conclusão é uma só: Aquele time que entrou em campo não
merece a torcida que tem, mas NÓS somos o Vasco. Jogadores vem e vão. Técnicos
são trocados a todo momento, e nós ficamos. Nós sofremos, xingamos e apoiamos.
Nós somos o Vasco ontem, hoje e sempre. E é por isso que o sentimento não pode
parar. E é por isso que mesmo na zona de rebaixamento, na serie B ou disputando
a ponta da tabela a torcida o amor é o mesmo, mas a paciência não.