quinta-feira, 13 de março de 2014

Deixar que o tempo nos faça bem ♪


Hoje 13, em 2 meses, 26. E eu ainda não cumpri nem metade das promessas dos 18.

Começa hoje a contagem regressiva pro meu aniversário.

Por muito tempo isso representou lista de convidados (que sempre eram os mesmos, mas eu gosto de listas), balões, velas, bolo e docinhos. Há uns anos virou sinônimo de “eu não quero fazer aniversário!”.

Não, eu não tenho problemas com o fato de estar envelhecendo, minha crise é com a idade. Os números. O resultado da subtração do ano atual pelo ano do seu nascimento.

As pessoas tem costume de associar esses números com padrões comportamentais e sociais e se tu foge à regra, você é um alien. Perdi as contas das vezes que ouvi coisas do tipo  “Com sua idade eu já tinha pulado de bungee jump, visitado o machu picchu, estava casada, com 3 filhos e tinha uma tartaruga chamada Astolfo”. Tá, mas e daí?

Quando eu estava na fila esperando pra encarnar ninguém me deu um roteiro especificando o que eu tinha que fazer com cada idade “Nega, com 9 meses você nasce, com 1 ano começa a falar, com 15 você dá, com 22 você casa e com 30 já vai ter uns 5 filhos”. Se alguém esqueceu de me avisar dessa “determinação”, a culpa não é minha.

Como diria um senhor muito sábio “Eu sou idoso porque tenho idade, mas não sou velho!”. Confesso que nunca tinha pensado sobre isso e quando ouvi piscou uma luzinha: foi o que eu sempre pensei e nunca consegui expressar.  Tem gente que é velho aos 12. Tem gente que tem 82 e é jovem ainda (e amanhã velho será a menos que o coração sustente a juventude que nunca morrerá).

Hoje eu tenho 25 e é complicado me enxergar como uma mulher de  quase 26 anos. Uma mulher? Teoricamente, sim. Se eu pudesse mudar os termos diria que sou uma menina de 25 anos. Uma jovenzinha!

Quando a gente é criança, quer crescer. Quando a gente cresce, já não sabe mais o que quer.

Acho que sou multi “faixa etariada”. Às vezes tenho 5 anos e quero comer biscoitos assistindo desenho. Às vezes tenho 18 e acho que vou dominar o mundo e virar a noite nas baladas. Às vezes tenho 65 e quero me aposentar.

Quando eu tenho 25 anos é mais complicado. É quando eu questiono minha existência e tudo ao meu redor. Acho que já vivi o suficiente pra mudar muita coisa, inclusive em mim, mas vejo que pouca coisa aconteceu. Por outro lado, sou consciente de que só cheguei aqui  porque construí uma estrada. Se foi torta ou não, o que importa é que me levou a algum lugar: Aqui e agora.

Eu, a Amanda de 25, ainda tenho cerca de 60 dias de mandato e não vou dizer que fiz grandes mudanças durante meu governo, mas posso dizer com convicção: a casa ficou muito mais organizada depois que eu cheguei.

Demorei mas percebi que é preciso desapegar, jogar fora. Nem tudo que fez bem um dia é necessário nos dias atuais.

E pra ela que chega daqui a 2 meses eu faço um pedido: Amanda de 26, por favor, não seja uma coração mole. Eu tenho uma reputação a zelar!

 

"Se me perguntarem como estou, eis a resposta: Estou indo. Sem muita bagagem. Pesos desnecessários causam sempre dores desnecessárias. Esvaziei a mala, olhei no fundo dela, limpei, e estou indo preenche-la com coisas novas. Sensações novas, situações novas, pessoas novas. Tudo novo." (Caio Fernando Abreu)

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