Hoje
13, em 2 meses, 26. E eu ainda não cumpri nem metade das promessas dos 18.
Começa
hoje a contagem regressiva pro meu aniversário.
Por
muito tempo isso representou lista de convidados (que sempre eram os mesmos,
mas eu gosto de listas), balões, velas, bolo e docinhos. Há uns anos virou
sinônimo de “eu não quero fazer aniversário!”.
Não,
eu não tenho problemas com o fato de estar envelhecendo, minha crise é com a
idade. Os números. O resultado da subtração do ano atual pelo ano do seu
nascimento.
As
pessoas tem costume de associar esses números com padrões comportamentais e
sociais e se tu foge à regra, você é um alien. Perdi as contas das vezes que
ouvi coisas do tipo “Com sua idade eu já
tinha pulado de bungee jump, visitado o machu picchu, estava casada, com 3
filhos e tinha uma tartaruga chamada Astolfo”. Tá, mas e daí?
Quando
eu estava na fila esperando pra encarnar ninguém me deu um roteiro
especificando o que eu tinha que fazer com cada idade “Nega, com 9 meses você
nasce, com 1 ano começa a falar, com 15 você dá, com 22 você casa e com 30 já
vai ter uns 5 filhos”. Se alguém esqueceu de me avisar dessa “determinação”, a
culpa não é minha.
Como
diria um senhor muito sábio “Eu sou idoso porque tenho idade, mas não sou
velho!”. Confesso que nunca tinha pensado sobre isso e quando ouvi piscou uma
luzinha: foi o que eu sempre pensei e nunca consegui expressar. Tem gente que é velho aos 12. Tem gente que
tem 82 e é jovem ainda (e amanhã velho será a menos que o coração sustente a
juventude que nunca morrerá).
Hoje
eu tenho 25 e é complicado me enxergar como uma mulher de quase 26 anos. Uma mulher? Teoricamente, sim.
Se eu pudesse mudar os termos diria que sou uma menina de 25 anos. Uma
jovenzinha!
Quando
a gente é criança, quer crescer. Quando a gente cresce, já não sabe mais o que
quer.
Acho
que sou multi “faixa etariada”. Às vezes tenho 5 anos e quero comer biscoitos
assistindo desenho. Às vezes tenho 18 e acho que vou dominar o mundo e virar a
noite nas baladas. Às vezes tenho 65 e quero me aposentar.
Quando
eu tenho 25 anos é mais complicado. É quando eu questiono minha existência e
tudo ao meu redor. Acho que já vivi o suficiente pra mudar muita coisa,
inclusive em mim, mas vejo que pouca coisa aconteceu. Por outro lado, sou
consciente de que só cheguei aqui porque
construí uma estrada. Se foi torta ou não, o que importa é que me levou a algum
lugar: Aqui e agora.
Eu,
a Amanda de 25, ainda tenho cerca de 60 dias de mandato e não vou dizer que fiz
grandes mudanças durante meu governo, mas posso dizer com convicção: a casa
ficou muito mais organizada depois que eu cheguei.
Demorei
mas percebi que é preciso desapegar, jogar fora. Nem tudo que fez bem um dia é
necessário nos dias atuais.
E
pra ela que chega daqui a 2 meses eu faço um pedido: Amanda de 26, por favor,
não seja uma coração mole. Eu tenho uma reputação a zelar!
"Se me perguntarem como estou, eis a
resposta: Estou indo. Sem muita bagagem. Pesos desnecessários causam sempre
dores desnecessárias. Esvaziei a mala, olhei no fundo dela, limpei, e estou
indo
preenche-la com coisas novas. Sensações novas, situações novas,
pessoas novas. Tudo novo." (Caio Fernando Abreu)
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