Roteiro de um sábado qualquer (postado no domingo)

Como fuder ferrar com teu psicológico em 5 passos:

- Espere uma noite de sábado, de preferência fria e chuvosa.

- Se acomode em sua cama com almofadas, edredons e algumas gordices.

- Assista uma comédia romântica.

- Se identifique com algum personagem. Esse é o ponto em que as coisas começam a acontecer. Tanto mocinha quanto mocinho já foram apresentados ao público e, de alguma forma, você já se vê na história. (Eles sempre conseguem um link entre você e o personagem. Essa é a fonte de sucesso)

*Sua cara quando percebe que inspirou um personagem:

 

Na maioria dos casos você se identifica nos primeiros 5, 10 minutos de filme. Assim não consegue desgrudar os olhos da TV na expectativa de ver sua vida ser vivida por gente muito mais bonita e interessante do que você. (Sejamos honestos: Você nunca vai ter o mesmo charme que a Anne Hathaway ou a Milla Kunis, mesmo que elas façam exatamente o que você faria ou falaria. Assim:)

 

 

 

 

Incrivel e surpreendentemente as coisas começam a dar certo! (supondo que o filme foi inspirado em você coisas darem certo é, no mínimo, muito suspeito).

E, finalmente chegamos ao ponto crucial:

- Chore no final do filme. Não adianta tentar se controlar! Nesse ponto você já esqueceu que é uma garota sem sentimentos e se tivesse armazenado suas lágrimas acabaria com a seca do Nordeste. Os roteiristas não se conformam em simplesmente terminar o filme. NÃO! Eles tem que fuder com seu psicológico em uma cena linda! (Ai que lindo! Oooown <3)

 

 

 

 

Aí vem um mix de emoções: Ao mesmo tempo que você acha lindo a forma como duas pessoas se encontram e se encantam, fica puta revoltada com o destino, questionando a Deus, Alá (Mohammed do Casaquinho Camuflado <3), Jeová, Odin, Senhor da Luz (porque a noite é escura e cheia de terrores) e até mesmo aos deuses antigos, por que causa, motivo, razão ou circunstância aquilo não acontece com você.
Não, eu não espero cruzar na esquina com um Timberlake, um Gyllenhaal ou um Channing Tatum. Tô falando sério, não espero mesmo! Se você soubesse do meu histórico amoroso teria certeza disso. (Pausa pra rir do termo "histórico amoroso").
E não, eu não sou uma carente desesperada por relacionamentos. Na realidade eu fujo deles! Fujo tanto que, se bobear, já até perdi a chance de protagonizar meu próprio filme. Porra! Como eu não pensei nisso antes? Isso muda tudo! Preciso rever meus roteiros, escalar alguns atores novos, fazer remakes.. Vai que perdi alguma coisa pelo caminho?

Lágrimas passadas, ofensas aos deuses feitas, sentimentalismo controlado, só consigo chegar a uma conclusão: